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Carlos Minc

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Carlos Minc
Carlos Minc
Minc durante campanha em 2022
14.º Ministro do Meio Ambiente do Brasil
Período 27 de maio de 2008
até 31 de março de 2010
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Antecessor(a) Marina Silva
Sucessor(a) Izabella Teixeira
Secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro
Período 22 de novembro de 2006
até 26 de maio de 2008
Governadores Rosinha Garotinho (2006)
Sérgio Cabral Filho (2007-2008)
Deputado estadual no Rio de Janeiro
No cargo
Período 1.º de janeiro de 1986
até a atualidade[a]
Dados pessoais
Nascimento 12 de julho de 1951 (73 anos)
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Partido PV (1986-1989)
PT (1989-2016)
PSB (2016-presente)
Profissão Economista, político

Carlos Minc Baumfeld (Rio de Janeiro, 12 de julho de 1951) é um geógrafo, professor, ambientalista, político, ex-guerrilheiro e economista brasileiro,[1] filiado ao Partido Socialista Brasileiro. É deputado estadual do Rio de Janeiro desde 1986, tendo ocupado os cargos de secretário estadual do Meio Ambiente e ministro do Meio Ambiente no período.

Descendente de família judaica, aos dezoito anos, cursando o Colégio de Aplicação da UFRJ, foi vice-presidente da Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas (AMES-Rio), cargo de liderança no meio estudantil em plena ditadura militar.

Ex-guerrilheiro, por sua participação em atos da esquerda armada contra o regime foi preso em 1969. Integrante da organização clandestina VAR-Palmares, onde militou ao lado de Dilma Rousseff,[2] participou em 18 de junho de 1969, na cidade do Rio de Janeiro, do roubo de um cofre pertencente ao ex-governador de São Paulo Ademar de Barros (considerado pela guerrilha como símbolo da corrupção),[3] de onde foram retirados 2,5 milhões de dólares.[4]

Foi libertado em 1970, juntamente com outros 40 prisioneiros políticos libertados em troca do embaixador da então Alemanha Ocidental, Ehrenfried von Holleben, que fora sequestrado pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e pela Ação Libertadora Nacional (ALN), e exilado. Retornou ao Brasil em 1979 através das concessões da lei da anistia.

Em 1978 Minc terminou o curso de mestrado em Planejamento Urbano e Regional, pela Universidade Técnica de Lisboa. Doutorou-se em Economia do Desenvolvimento na Universidade de Paris, em 1984.

É membro-fundador do Partido Verde (PV), juntamente com Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis, tendo sido eleito deputado estadual em 1986. Em 1989, por ocasião das eleições presidenciais daquele ano, rompeu com Gabeira, que era candidato pelo PV, e passou a apoiar Luiz Inácio Lula da Silva, filiando-se ao PT, legenda na qual se abrigou até 2016, quando deixou o partido e se filiou ao PSB.[5] Foi reeleito deputado estadual em 1990, 1994, 1998 e 2002.

Defensor do socialismo libertário, Minc também declara que uma de suas bases programáticas é o direito das minorias e o meio ambiente.

É autor de inúmeras leis aprovadas pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, das quais muitas são voltadas para a defesa do meio ambiente enquanto outras têm mais a ver com a cidadania. Recebeu o Prêmio Global 500, concedido pela ONU às pessoas que se destacaram na defesa do meio ambiente em âmbito mundial.

Nas eleições de 2006 reelegeu-se consecutivamente mais uma vez para o cargo de deputado estadual, somando 78.311 votos.[6]

Minc como secretário estadual do meio ambiente

O governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, em 22 de novembro de 2006, confirmou a nomeação de Minc para o cargo de secretário do Meio Ambiente.

Com o pedido de demissão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em 13 de maio de 2008, foi convidado para assumir o ministério. O convite foi anunciado oficialmente no dia seguinte.[7] A cerimônia de posse ocorreu em 27 de maio de 2008 no Palácio do Planalto.[8]

Carlos Minc, então ministro do meio ambiente

Em 31 de março de 2010 deixou o ministério para concorrer novamente ao cargo de deputado estadual.[10] Reelegeu-se ao cargo na ALERJ, pelo PT, com 87.210 votos.[11]

Em janeiro de 2011, assumiu pela segunda vez o cargo de Secretário do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro. Em abril de 2014, retomou seu mandato na ALERJ.[12]

Nas eleições de 2018, Carlos Minc foi reeleito deputado estadual para a 12ª legislatura da ALERJ pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), com 38.416 votos.[13][14] Nas eleições de 2022, Minc foi novamente reeleito pelo PSB, com 54.942 votos.[15]

Em fevereiro de 2024, votou contra a manutenção do mandato da deputada Lucinha, que havia sido afastada do cargo pelo Tribunal de Justiça do estado, acusada de possuir ligações com milicianos.[16]

Marina Silva e Carlos Minc se reúnem em Brasília.

Além de sua atuação política, é professor da UFRJ do Departamento de Geografia, sendo autor de várias obras:[1]

  • Como Fazer Movimento Ecológico (Vozes; 1985)
  • A Reconquista da Terra (Zahar; 1986)
  • Ecologia e Política no Brasil (Espaço e Tempo/Iuperj; 1987), organizado por José Augusto Pádua, em coautoria com Fernando Gabeira e outros estudiosos
  • Despoluindo a Política (Relume Dumará)
  • Ecologia e Cidadania (Editora Moderna; 1997)

Controvérsias

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Relatório sobre transações bancárias suspeitas

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Em dezembro de 2018, veio à tona um relatório de 422 páginas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que havia sido anexado pelo Ministério Público Federal à investigação que origem à Operação Furna da Onça e que ganhou grande repercussão nacional por envolver um ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.[17] O documento reúne informações a respeito de operações bancárias de 75 funcionários e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) citadas em comunicados sobre transações financeiras suspeitas. As operações suspeitas, que envolvem pessoas que trabalham ou trabalharam em 20 gabinetes de deputados estaduais do Rio de Janeiro de diferentes matizes ideológicas, totalizam mais de 207 milhões de reais.[18][19][b]

O relatório do Coaf apontou que funcionários do gabinete de Carlos Minc na Alerj movimentaram um total de 16 milhões de reais entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Por meio de nota, Minc afirmou que não houvera depósitos na conta dele ou de parentes e que o volume total da movimentação, além dos salários de cada assessor, inclui aposentadorias, aluguéis, outros rendimentos, empréstimos, compras e vendas, dívidas quitadas e financiamentos.[20][19] Já o Ministério Público Federal, em nota, esclareceu que nem todas as movimentações atípicas citadas no documento seriam, necessariamente, ilícitas.[21]

Em janeiro de 2021, a Procuradoria-Geral de Justiça do Rio de Janeiro arquivou o inquérito da suposta “rachadinha” de Minc sem encontrar indícios de crimes contra o deputado e seus assessores.[22]

Depoimento de Carlos Miranda

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Em depoimento prestado à Justiça Federal, segundo uma nota publicada na coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo em 16 de dezembro de 2018, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, ex-operador financeiro de Sérgio Cabral, afirmou que Carlos Minc, quando era titular da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), teria recebido uma certa quantia de propina do Grupo Queiroz Galvão em razão das obras de dragagem no "Canal do Cunha" e de construção da Ponte do Saber. O valor total da propina paga, 300 mil reais, teria sido repartido entre Minc e Marilene Ramos, que era presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) na ocasião relatada.[23]

No mesmo dia da publicação da nota, Carlos Minc rebateu as declarações de Carlos Miranda. O político alegou que Miranda disse que soubera de alguém da Queiroz Galvão que teria pago propina a ele e a Marilene mas que não sabia quando, onde e de que forma o valor teria sido repassado aos dois. De acordo com Minc, a obra de dragagem do "Canal do Cunha" foi licitada por uma fundação ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e não pela Secretaria de Estado do Ambiente. Além disso, o deputado estadual afirmou que estava à frente do Ministério do Meio Ambiente na época em que a obra do canal foi licitada.[24]

Anteriormente, Carlos Miranda havia afirmado em sua delação premiada que Carlos Minc e Marilene Ramos teriam recebido uma quantia de 300 mil reais do Grupo Queiroz Galvão. Na época, Minc declarou que recebeu uma doação de campanha da Queiroz Galvão por intermédio do Partido dos Trabalhadores (PT) e que a declarou na prestação de contas.[25]

Notas e referências

Notas

  1. Licenciado nos períodos em que foi secretário estadual do Meio Ambiente e ministro do Meio Ambiente.
  2. Para mais informações acerca das movimentações atípicas apontadas pelo relatório do Coaf, veja a subseção Operação Furna da Onça#Relatório sobre transações bancárias suspeitas.

Referências

  1. a b «Currículo Carlos Minc» (PDF). Ministério do Meio Ambiente. Cópia arquivada (PDF) em 6 de abril de 2024 
  2. «Minc: Dilma não roubou 'cofre do Ademar' em 1969». O Globo. 18 de fevereiro de 2009. Consultado em 2 de agosto de 2009 
  3. ДИЛМА РУСЕФ Е ДЯСНАТА РЪКА НА ПРЕЗИДЕНТА ИГНАСИО ЛУЛА ДА СИЛВА (em búlgaro)
  4. Revista Veja Online; Alexandre Oltramari (15 de janeiro de 2003). «O cérebro do roubo ao cofre» 
  5. Seara, Berenice (15 de março de 2016). «Carlos Minc, ex-ministro de Lula e um símbolo do PT no Rio, deixa o partido». Extra. Consultado em 29 de março de 2016 
  6. «Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 4 de julho de 2014 
  7. «Planalto confirma Carlos Minc como novo ministro do Meio Ambiente». Consultado em 14 de maio de 2008 
  8. Agência Brasil. «Lula empossa Minc e diz que preservação da Amazônia não será abandonada». Consultado em 30 de maio de 2008 
  9. Revista Veja, edição 2061 de 21 de maio de 2008.
  10. O Globo Online; Chico de Gois e Luiza Damé (31 de março de 2010). «Lula dá posse a dez novos ministros. Dilma e mais nove deixam governo». Consultado em 31 de março de 2010 
  11. «UOL - Eleições 2010 - Apuração - Rio de Janeiro». Consultado em 6 de outubro de 2010 
  12. Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (2014). «Comissões Permanentes da Assembleia Legislativa». ALERJ. Consultado em 4 de setembro de 2014 
  13. «Deputados estaduais eleitos no RJ; veja lista». G1. 8 de outubro de 2018. Consultado em 13 de novembro de 2018 
  14. «Deputados estaduais eleitos no Rio de Janeiro». Gazeta do Povo. 7 de outubro de 2018. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  15. «Rio de Janeiro: veja lista dos deputados estaduais eleitos em 2022». Uol. 2 de outubro de 2022. Consultado em 14 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 11 de outubro de 2022 
  16. Nascimento, Rafael (8 de fevereiro de 2024). «Alerj decide manter Lucinha no cargo». G1. Consultado em 4 de abril de 2024 
  17. Serapião, Fábio (6 de dezembro de 2018). «Coaf relata conta de ex-assessor de Flávio Bolsonaro». O Estado de S. Paulo. Consultado em 15 de dezembro de 2018 
  18. «Coaf aponta movimentação suspeita em contas de servidores de 22 deputados da Alerj». G1. 7 de dezembro de 2018. Consultado em 15 de dezembro de 2018 
  19. a b Piva, Juliana; Castro, Juliana; Mello, Igor (12 de dezembro de 2018). «Coaf identificou movimentação suspeita em transferências financeiras de 75 servidores da Alerj». O Globo. Consultado em 15 de dezembro de 2018 
  20. Nogueira, Italo (12 de dezembro de 2018). «PSC, PT e PSOL aparecem em relatório do Coaf». Folha de S.Paulo. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  21. Gomes, Marcelo; Sarza, Diego (6 de dezembro de 2018). «Coaf aponta que ex-motorista de Flávio Bolsonaro movimentou mais de R$ 1,2 milhão em operações suspeitas». G1. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  22. «Investigação contra ex-ministro em caso das 'rachadinhas' na Assembleia do RJ é arquivada». Folha de S.Paulo. 15 de janeiro de 2021 
  23. Jardim, Lauro (16 de dezembro de 2018). «Ex-ministro Carlos Minc recebeu propina do esquema Cabral, diz delator». O Globo. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  24. Werneck, Antônio (17 de dezembro de 2018). «Citado por delator, deputado Carlos Minc nega ter recebido propina de empreiteira». O Globo. Consultado em 18 de dezembro de 2018 
  25. «Ex-assessor de Cabral diz que propina foi transportada até de helicóptero». G1. 12 de junho de 2018. Consultado em 18 de dezembro de 2018 

Ligações externas

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